O Beija-Flor em voo teste.

Após a Segunda Guerra Mundial, o engenheiro alemão Henrich Focke encontrou um posto no Brasil para desenvolver novas aeronaves. Já na década de 1930, ele criou o Focke-Wulf Fw 61 na Alemanha, que é considerado o primeiro helicóptero totalmente controlável e funcional do mundo. O engenheiro veio para o Brasil no início dos anos 1950, quando começou a desenhar o Convertiplano, um avião que decolava verticalmente como um helicóptero e voava horizontalmente como um avião de grandes hélices. No mesmo período, aproveita a experiência adquirida para criar a Beija-flor com sua equipe.
Em 1958, foi lançado o primeiro helicóptero desenvolvido no Brasil, o Beija-flor. Batizado de IPD BF-1, foi projetado no então Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento, órgão filiado à FAB (Força Aérea Brasileira), pelo engenheiro alemão. Naquela época, o Brasil não tinha uma indústria aeronáutica forte. A Embraer só foi construída dez anos depois, e o ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) não tinha nem dez anos.

O helicóptero com fuselagem. .
Foto dos diversos voos testes do Beija-Flor.
A equipe do BF-1 Liebegott, Winter, Stein, Kurz, Swoboda, Legg e Begaudt.

O BF-1 foi um helicóptero leve de dois lugares desenvolvido para as condições de voo no Brasil. Sua construção começou em 1955 e foi lançada no mercado pela primeira vez em 1959. A pá do rotor principal tinha três pás e atingia 9,4 metros de diâmetro, e os dois rotores de cauda tinham o diâmetro de 1,70 metros. Seu comprimento era de 8,75 metros e sua altura chegava a 3,15 metros. Podia decolar com um peso total de até 950 kg e atingir uma velocidade de 150 km/h. O Beija-Flor ainda podia voar até 270 quilômetros e atingir uma altura de 3.500 metros. Dependendo das manobras realizadas e do consumo de combustível, o helicóptero voava por até três horas. Partes do Beija-Flor ainda estão expostas no MAB (Memorial Aeroespacial Brasileiro), em São José dos Campos.

O helicóptero estava em desenvolvimento até meados da década de 1960, quando um dos helicópteros caiu e ficou completamente danificado. A bordo estava o Brigadeiro Hugo Piva, que escapou ileso. A Aeronáutica ainda estimava que mais protótipos do Beija-flor seriam concluídos até 1967, mas o projeto foi engavetado por falta de recursos. Quando cancelado o projeto, já havia completado mais de 100 horas de voos de teste.

Completando 50 anos do projeto, aconteceu em 2008 no DCTA uma cerimônia comemorativa com a presença do Major Brigadeiro do Ar Hugo de Oliveira Piva, Michael Swoboda (filho de Swoboda) dentre oficiais da Força Aérea Brasileira.

Brigadeiro Hugo Piva, Michael Swoboda, Christel e D. Rosa Liebegott (19/12/2008)
Michael Swoboda recebe a réplica em homenagem ao Helicóptero Beija-Flor.
Selo comemorativo dos 50 anos do Beija-Flor.
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