A partir das 20 horas de hoje, no elegante e fechado Tênis Clube de São José dos Campos, o público joseense estará vendo 50 trabalhos do mais criativo pintor joseense de que se tem notícia nos últimos anos, no anêmico ambiente de artes plásticas local. É Swoboda, nascido alemão, 75 anos de idade, morador do chique Esplanada, bairro da elite de São José. Leitor de boa ficção científica, apaixonado por animais e um artista difícil de ser rotulado pela crítica. Dois dias antes de sua exposição de hoje, Swoboda abriu o seu ateliê para mostrar a este escrevivente, suas obras. Trata-se de um mundo colorido absolutamente fantástico: gatos, flores surrealistas, cidades destruídas onde brotam florestas, espaços geométricos, naves espaciais, expressões de angústia, medo, alegria. É difícil enquadrar o mundo mágico e futurível do gênio e mestre Swoboda dentro de qualquer escola de arte. Será ele um expressionista? Fará abstracionismo geométrico? Será surrealista? Um homem, um pássaro ou um avião? Ou será o Super-homem das estórias em quadrinhos?

Swoboda detesta rótulos e diz que a arte tem mais é que ser solta, livre, indo e voltando, sempre por caminhos imprevisíveis. Sua mostra de hoje estará aberta ao público até o próximo dia 31. Só não vai quem já morreu. Trata-se da mais importante exposição individual já feita por um artista joseense. Sim, joseense. Swoboda é muito mais joseense do que todos nós, mineiros, nordestinos, que estamos hoje assumindo a cidade. Afinal de contas, ele está aqui há muito tempo, viu o CTA. a Embraer, nascerem. Trabalhou no protótipo do Bandeirante. Durante sua exposição, ele estará fazendo 75 anos. Uma justa homenagem do Departamento Cultural do Tênis Clube que está promovendo sua exposição. E tem mais: o genial Swoboda estará mostrando também seus maravilhosos tapetes, onde ele é tão gênio quanto nas pinturas.

Algumas críticas

Eis aqui algumas críticas sobre a arte de Swoboda:

A perfeição técnica torna os quadros inolvidáveis. Há na beleza estática um simbolismo de vida tão intenso que não se pode deixar de sentir seu magnetismo irresistível.
Jos Luyten, São Paulo 1978

Um fato é irreversível: Swoboda é pintor. E, se permanecer no surrealismo ou nas suas cercanias. deve ousar os temas. A trilha que abriu é das mais auspiciosas.
Ive Zanini, São Paulo

Swoboda nos comunica, numa sequência de obras principalmente originais e com momentos de uma nova poesia.
Walmir Ayala, Rio de Janeiro, 1980

Swoboda tranquilo morador do Esplanada, é um artista de técnica mais perfeita e apurada do Brasil, as obras impressionam pela beleza plástica c cósmica como um filme de ficção científica bem feito.
Dailor Varela, 1983

A mesma criatividade que o transformou num dos principais projetistas de aviões do mundo, Swoboda revela agora nas pinturas que apresenta, mergulhos quase completos no mundo da fantasia. mas que não chegam às formas totalmente despidas do contato com a realidade como no autêntico surrealismo.
Olney Kruse, 1976

Uma odisseia no espaço Luiz Eduardo Ribeiro também escreveu sobre ele: “Há uma diferença, não há como falar de raios violetas na luz reflexa. Imaginação. Em primeiro lugar. Se a bomba fizer o sol explodir, a lua será deslocada e todos selenitas vaporiza- dos. Swoboda, presença visível do futuro”. Realmente, a maioria dos trabalhos do mestre Swoboda são reflexos do futuro. Poderiam ser cenários do filme “2001, uma odisseia no espaço”.
Dailor Varela, 1985

Valeparaibano, 14 de março de 1985

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